Sob esta rúbrica – comunicação - inclui-se uma gama variada de situações que normalmente ocorrem entre os casais. Por exemplo, as mulheres ouvem mais, conversam melhor e são mais sensíveis à comunicação verbal e não-verbal.
Os homens, por sua vez, têm dificuldade de escutar, é demasiado passivo para eles, pois estão muito mais orientados para a ação. Os homens rapidamente geram respostas ou possíveis soluções, enquanto as mulheres pedem detalhes, e mais detalhes, os factos, eles oferecem alternativas, dão conselhos e marcam o caminho a seguir; isto sim, fazem-no de uma forma um tanto imperativa e demasiado resolutiva, o que pode gerar repulsa na mulher. Eles dizem: “O que tu tens que fazer é…”, e as mulheres pensam: “Lá está este a simplificar as coisas, dizendo o que tenho que fazer, sem me ter ouvido e sem se dar conta de que a situação é muito mais complexa do que parece.”
Não menos importante é assegurar a clara verbalização, por parte de cada um, do que quer e do que o aborrece na relação: “say what you mean and mean what you say”;
O comum é que uma das partes se aborreça com algum facto, atitude ou maneira de ser do outro, e anseie por alguma coisa que o outro possa fazer e, não o diz claramente. Espera que ele compreenda e entenda o seu silêncio, ou entenda as mensagens subliminares que pensa estar a enviar. Quando isso não acontece - o que é muito comum - aquilo que era apenas algo que incomodava transforma-se em mágoa e ressentimento. O casal entra num jogo inconsciente e altamente destrutivo, uma conta-corrente de mágoas não comunicadas e, de retaliação mútua. Este progressivo acumular de ressentimentos envenena qualquer relacionamento, conjugal ou não, e acaba com qualquer casamento.
Outra situação frequente, na maioria das situações de conflito, é os casais terem dificuldade em procurar pontos comuns, relativamente ao que mais os separa. Não menos comum, com pessoas que se conhecem há alguns anos, é haver interpretações acerca do que a outra pessoa pensa e sente, e saltar para conclusões precipitadas, antes mesmo de ouvir o outro. Outro aspeto, que a mim também parece revelante no contexto das dificuldades na comunicação, quase tão importante quanto um tentar comunicar o que sente, é o esforço da parte contrária para, de facto, captar o que o outro quer dizer.
Isso é crucial aquando das inevitáveis discussões conjugais. Muitas vezes, travam-se um verdadeiro diálogo de surdos, onde um parece não ouvir ou, de facto não ouviu mesmo, o que o outro estava a querer dizer.
A importância da comunicação não se restringe apenas à exteriorização dos sentimentos negativos, mas também os positivos devem ser expressos, da forma mais clara possível, verbalmente, sincera e procurando a oportunidade/ocasião adequada.